Perseguição aos cristãos na Índia atinge recorde

Perseguição aos cristãos na Índia atinge recorde, diz órgão de direitos humanos

A violência contra cristãos na Índia atingiu um nível alarmante em 2024, com 745 incidentes reportados até novembro, segundo o Fórum Cristão Unido (UCF), uma organização de direitos humanos sediada em Déli. Esse número representa um aumento significativo em relação a 2014, quando foram registrados 127 casos, indicando um crescimento de quase seis vezes em uma década.

Os dados da UCF, coletados por meio de sua linha direta gratuita, refletem apenas os incidentes reportados, o que sugere que o número real pode ser ainda maior. Vale destacar que esses números não incluem episódios de violência em Manipur, onde conflitos sectários em 2024 resultaram na destruição de mais de 200 igrejas e em um grande derramamento de sangue.

Entre os estados mais afetados, Uttar Pradesh lidera com 182 casos registrados, seguido por Chhattisgarh com 139. No total, incidentes de violência contra cristãos foram relatados em 23 dos 28 estados da Índia, evidenciando a abrangência do problema.

A UCF também expressou preocupação com as leis anticonversão vigentes em 12 estados indianos, classificando-as como “politicamente motivadas”. Essas leis têm sido criticadas por possivelmente violarem o Artigo 25 da Constituição indiana, que garante a liberdade de religião. A organização destacou ainda a falta de representação cristã em importantes comissões governamentais, como a Comissão Nacional para Minorias, que está sem membros cristãos há mais de cinco anos.

Outro ponto levantado pela UCF é a falta de ação efetiva das autoridades policiais, que muitas vezes são acusadas de conivência com agressores e de ignorarem os crimes cometidos contra cristãos. Uma petição contra grupos anticristãos, apresentada à Suprema Corte em 2022, permanece pendente, sem audiências desde os procedimentos iniciais.

Diante do aumento da violência e da aproximação do Natal, a UCF reiterou seu apelo por paz e harmonia, pedindo que o governo tome medidas mais assertivas para proteger os direitos das minorias religiosas. A organização também solicitou uma investigação nacional sobre os ataques, ressaltando que, enquanto o governo enviou representantes a Bangladesh após ataques a minorias naquele país, situações semelhantes dentro da Índia não receberam a mesma atenção.

A linha direta da UCF, lançada em 2015, continua sendo uma ferramenta crucial para ajudar vítimas, fornecendo orientação para contatar autoridades públicas e buscar soluções legais.

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